Criança ferida, adulto desequilibrado

Uma criança amada, torna-se num adulto equilibrado. Muitas crianças amadas criam uma sociedade harmoniosa, benevolente, compassiva e amorosa.

Créditos da imagem @jakubcervsk

O que acontece na infância, não fica na infância, pelo contrário. O que acontece na infância transporta-se para a idade adulta e manifesta-se no dia-a-dia, até ao resto da vida. Vai definir no que o adulto se vai transformar, nas suas relações, nas suas acções e no seu papel na sociedade e até mesmo no Universo.

"Nascemos puros, sem maldade, sem rancor, sem qualquer sentimento denso que nos apoquente e cause dor. O nosso corpo apenas conhece o sentimento Amor."

O melhor lugar para se estar neste Planeta é no ventre materno. Aí, estamos seguros, bem alimentados, em descanso e recebemos amor.

Tudo que mais denso vamos experimentando, vivendo e sentindo vem do exterior a aos poucos entranha-se dentro de nós.

Fome, sono, dor, frio, calor, são os primeiros desconfortos que um bebé experimenta. As primeiras dificuldades surgem logo ao nascer com o choque, ao chegar a um Planeta que aquele corpo, apesar de conhecer, estranha pois, acabou de chegar de um lugar muito melhor, mais confortável e acolhedor.

O bebé não consegue comunicar por palavras, não é capaz de dizer que está com fome, por exemplo. Com o aumento desse desconforto, rebela-se e começa a chorar de tão irritado que está. Ao ver a sua mãe a dar-lhe de mamar, rapidamente percebe que, se chorar, logo a sua mãe trata de o alimentar. Ganhou aí a primeira ferramenta para comunicar e poder fazer valer a sua vontade. O choro.

E assim, continuam os desafios diários e a aprendizagem para superar esses mesmos desafios.

Acontece que, a sua fragilidade não lhe permite vencer todas as adversidades.

Quando em ambientes familiares tóxicos, bebés e crianças sobrevivem mas ficam com marcas emocionais, comportamentais, mentais e físicas que, se não forem curadas, transportam-se para a vida adulta, e, acabam por intoxicar o resto da vida, não permitindo uma plena e prazerosa vivência com os outros, com a sociedade e, principalmente com ela própria.

As crianças, são naturalmente alegres, expressivas, verdadeiras, compassivas e amorosas. Estes são predicados da sua essência, são o que elas são naturalmente. No seu dia-a-dia, em casa, na escola, com a família e, quando em contacto com o exterior, por vezes sofrem ataques de toda a espécie, dos quais, muitas vezes não se conseguem defender, até porque esses ataques são muitas vezes, a maioria até, perpetrados por quem mais as devia amar, cuidar e proteger.

Os maiores traumas são causados pelos cuidadores, pais, avós e família próxima pois, são, para as crianças, aqueles, que elas menos esperavam, deixando, mais marcas, precisamente por esse motivo.

Existem cinco tipos de traumas, mais usuais que as crianças transportam para a sua fase adulta, não os conseguindo curar enquanto crianças nem enquanto adolescentes, até porque na adolescência, acumulam ainda mais traumas.

Todos estes traumas estão todos relacionados com o medo. Medo de...

1. Abandono,

2. Rejeição,

3. Humilhação,

4. Injustiça

5. Traição

A ordem não é importante, importante seria não os causar, ou ajudar a minimizar para a criança os poder curar, pois, é ela própria que os tem de curar uma vez que são os seus traumas. Há que identificá-los, aceitá-los e transmutá-los até serem limpos e tornados apenas uma experiência, uma lição aprendida, um conhecimento adquirido.

"Qualquer destes traumas causam muita dor, trazem inseguranças, geram defesas limitantes e desnecessárias, tornam a criança num adulto amargo, infeliz, agressivo e com muita falta de amor. Amor-próprio e amor compassivo por tudo o que a rodeia."

Uma criança que foi castrada em tudo o que fazia, que foi criticada por tudo e por nada e teve uma educação muito rígida, torna-se num adulto intolerante para consigo próprio e para com todos os que o rodeiam pois tem como objetivo proteger-se de críticas e avaliações que, ela julga lhe causam sofrimento e recordações de má memória.

Uma criança que foi abandonada à sua sorte, que foi descurada no seu cuidado, carinho e atenção. Abandono físico mas também, abandono emocional, torna-se num adulto que não consegue criar uma relação afectiva harmoniosa pois, tanto pode tornar-se manipulador para poder conseguir a atenção e carinho que nunca teve, tentando comprá-lo a todo o custo, como alguém que foge de criar laços com medo de ser outra vez vitima de abandono.

Há variados traumas que pode gerar comportamentos, emoções e sentimentos nocivos e tóxicos ao próprio mas, todos eles podem ser ultrapassados apenas com a tomada de consciência da sua existência, a sua aceitação e o perdão mascarado em forma de amor.

Por vezes existe alguma dificuldade em identificar os traumas, quem causou esses traumas e em que situações ou altura da vida ocorreram. Para isso, existem terapias que podem ser o início da auto-cura e do despertar para trazer esses sentimentos e emoções vividos, e que tanto mal-estar causaram no momento em que foram vivenciados. Constelações Familiares, Hipnose e claro, a Terapia de Reconexão Divina. Todas elas podem ajudar a restaurar o amor-próprio, a confiança em si e nos outros e a vontade de se permitir, ser e fazer o que tiver vontade e cause prazer e alegria.

"O mais importante é reconhecer que, uma criança é parte de uma Alma que é pura e aberta a receber o que a vida tem para lhe oferecer. Se lhe derem Amor, ela vai espelhar e espalhar esse amor. Se lhe derem medo, ela vai espelhar e espalhar esse medo."

A decisão é nossa, a vida é delas. O Futuro é de todos nós e a escolha vai definir como iremos viver as próximas vidas. Sim, porque vamos todos estar aqui para recebermos os que plantarmos, isso é, para mim uma certeza. É parte da minha Verdade.

O cuidado, o carinho, a confiança, perseverança e o amor com que fizermos o nosso trabalho vai ser aquilo que nos vai definir no presente mas também no futuro como Consciência em união com o Todo.

Vamos amar os filhos da Terra, vamos cuidar do que é nosso pois essa é a nossa missão, o nosso legado.

Com Amor,

David