Vive para ti
- David Cid
- 7 de out. de 2023
- 5 min de leitura
Atualizado: 31 de out. de 2023
No dia em que subires para outra dimensão, a tua família vai chorar, vão sentir a tua falta. O telefone vai tocar, para os familiares, amigos próximos e conhecidos saberem qual o dia do teu velório e enterro.

créditos da imagem @jakubcervsk
Todos vão mostrar algum tipo de interesse e tentar transmitir uma palavra amiga à tua mulher, marido, pai, mãe ou filhos.
No dia do teu velório algumas pessoas irão sentir genuinamente a tua falta, o espaço vai estar composto com a presença de familiares, amigos, colegas de trabalho, conhecidos e talvez, um ou outro vizinho. Vão estar todos a conversar, enquanto o teu corpo está ali à espera de ir para baixo da terra ou para dentro do forno crematório.
“Na hora da despedida, lágrimas vão ser derramadas, sentimentos nutridos e emoções sentidas. Vão ser momentos de alguma tensão, sofrimento e desespero. É o momento em que aqueles que te amam de verdade têm aquela sensação que ”tudo acabou”, que não te vão ver mais. Não vão mais, sentir o teu cheiro, olhar nos teus olhos, admirar com o teu sorriso, sentir o calor do teu abraço nem ouvir a tua voz.”
É um vazio momentâneo, um sentimento de perda irreparável.
Mas, … rapidamente tudo passa.
Nos dias seguintes, as lágrimas secam.
A vida continua para todos os que ficaram.
O teu patrão, a esta altura já deve estar à procura de um substituto para o teu posto de trabalho, os teus filhos retornam à escola ou ao trabalho e seguem as suas vidas, resilientes.
A tua mulher, também segue o seu caminho. Vai trabalhar, vai às compras e segue ao fim do dia as novidades nas redes sociais. Ao fim de algum tempo já se diverte a passear com as amigas e busca seguir o seu caminho.
Passadas algumas semanas a vida de todos segue o seu rumo e, cada vez menos vezes és lembrado.
“Com o passar do tempo, és apenas uma memória, cada vez mais pálida e ténue.”
Quem te ama, claro que vai sentir falta de ti mas, isso, é apego ao lado fisico da vida, pois, o que lá vai, já foi e, a vida segue num outro plano.
Ao fim de alguns anos, a casa, o carro, os bens que adquiriste podem até já nem estar na posse de quem amaste e cuidaste um dia. Estranhos vivem na tua casa que, com tanto custo pagaste, o teu carro, com sorte ainda anda por aí nas mãos de outro ou, apodrece em qualquer centro de abate de viaturas.
Os netos dos teus filho já não vão saber o teu nome.
Depois de perceberes e sentires que, tudo isto que foi escrito, aconteceu com todos os que fizeram a passagem para o outro lado e, vai seguramente, acontecer também contigo, importa colocar esta questão. - Afinal, para quem queres viver? Para os outros ou, para ti, fazendo o bem aos outros?
Primeiro tu, acredita que assim é, assim deve ser. Isto não é egoísmo nem qualquer outro sentimento de superioridade. Tão pouco é o teu ego exacerbado e disfuncional. É lógica, é a mais simples regra que aprendemos do outro lado, quando regressamos a este Planeta, vezes e vezes sem conta.
Tu ao te colocares em primeiro lugar, não estás a colocar os outros em segundo plano, estás a cuidar de ti para poder cuidar dos outros.
Não é possível cuidarmos dos outro, preocupar-mo-nos com eles, doarmo-lhes o nosso amor, tempo e atenção, se não estivermos nós próprios, cuidados, nutridos, felizes, saudáveis, enfim, preparados para cumprir a nossa missão. Ensinar e a aprender, sentir e fazer sentir, emocionar e criar emoções. Como diz uma das sete Leis Herméticas do Universo, “has above, so below”. O que está em cima é como o que está em baixo e o que está em baixo é como o que está em cima.
Esta lei também se refere à relação que temos com quem connosco se cruza pois eles são aquilo que precisamos, são nossos iguais, nossos mestres e professores. Os outros são o nosso espelho, mostram-nos aquilo que não conseguimos ver em nós. Não conseguimos porque dói e, como dói, negamos a sua existência.
“Observa os outros com carinho pois eles vão mostrar-te as tuas fraquezas, as tuas forças, onde deves apostar para te melhorares e o que deves fazer para subir cada degrau na escada da vida.”
Vieste viver, aprender, sentir alegria, experiência emoções fortes, ser, estar, ver e fazer.
Para tudo isso acontecer, tens de estar, e ser equilibrado, tens de saber que tu és o mais importante na tua vida pois, só assim, vais poder ser para os outros.
Só assim vais poder viver e entregar-te a quem de ti precisa.
Se não fores alegre, se não fores saudável, se não fores feliz, se não fores equilibrado, se não estiveres em união com a criação e se não fores uno com o Criador, de nada serve te entregares pois nunca irás ser suficiente.
Dar, dar, dar, sem se saber doar a si próprio não resulta, não funciona.
Vieste vive a tua vida, não a vida de outra qualquer pessoas, mesmo que essa pessoa te seja muito próxima, muito querida e precise muito de ti.
“Primeiro tu. Isso é conhecimento, é sabedoria, é inteligência. É teres o poder do Eu Sou.”
O teu equilíbrio é também o equilíbrio de quem vive e se cruza contigo.
Se não estás bem, não consegues ajudar o outro a estar bem.
Se não estás bem hoje, não estarás bem amanhã.
Tu és o pilar do teu irmão e o teu irmão é o teu pilar. Os dois juntos são o pilar do Planeta que também é o vosso pilar. Todos somos os alicerces do Universo que é a nossa casa.
Equilibra-te todos os dias um pouco. Esse pouco, ao fim de uns dias, é alguma coisa que, com o passar do tempo, é muito. Um passo de cada vez pois consistência é resistência. Resistência é coerência que é inteligência que é criação que é a manifestação de Tudo o que É.
Vive cada momento com prazer, encara-o como uma dádiva que vieste experimentar. Encara-o como algo que tem faz crescer, aprender e evoluir, mesmo que, no momento, não o entendas assim.
“Nós não temos a visão da totalidade, apenas temos um vislumbre e o desejo do que achamos ser o melhor para nós, mas o que achamos ser melhor para nós, muitas vezes não o é.”
Alegra-te com o que o Universo coloca no teu caminho.
Satisfaz-te com as pequenas coisas da vida pois são elas as mais prazerosas e duradouras.
Admira e nutre-te da natureza pois ela tem tanto para te dar que, nem imaginas, neste momento, todo o seu potencial.
Cuida do teu corpo com amor pois é ele que te segura neste mundo físico. Ama-o a cada dia da tua existência. Fala com ele com um "nós", sentido pois ele ouve o que dizes e obedece. Tu és o seu Mestre, é a ti que ele serve. És a razão da sua existência.
Não te apegues ao material pois é apenas isso, material. o que te alimenta são as emoções, as vivências e os momentos. Tudo isso levas contigo quando fores para casa.
Com Amor,
David
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Amei. Este é para ler e reler muitas vezes. Grata!!!
Muito obrigada por mais esta grande reflexão.
Uauu! Profundo e intenso, muito obrigada pela sua escrita!